1° de Dezembro – Dia Mundial da Aids
1° de Dezembro – Dia Mundial da Aids
Brasil comemora 1 ano de portaria que garante tratamento para os efeitos colaterais do uso do coquetel anti-HIV
O Brasil tem mais um grande motivo para comemorar o Dia Mundial da Aids. Além do fato de ser um país-modelo em campanhas preventivas e de garantir a distribuição de remédios gratuitos a 100% dos soropositivos brasileiros, o Brasil também garante o tratamento da Lipodistrofia, efeito colateral decorrente do uso do coquetel anti-HIV, no qual as gorduras do corpo humano se movimentam espontaneamente, migrando, por exemplo, da face e glúteos, para a região da barriga.
Só no Brasil, há cerca de 800.000 pessoas soropositivas usando o coquetel anti-HIV e cerca de 90% delas apresentarão a Lipodistrofia após um ano do uso dos medicamentos.
O Ministério da Saúde incluiu na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) oito novos procedimentos indicados para portadores do vírus HIV que sofrem com a lipodistrofia. Anúncio feito em Dezembro do ano passado, pelo então ministro Humberto Costa, em evento do Dia Mundial de Combate à Aids. Os soropositivos que tomam os medicamentos anti-retrovirais, usados no tratamento da doença, são as únicas vítimas da síndrome, que provoca acúmulo ou perda de gordura em áreas específicas do corpo.
As mudanças decorrentes da lipodistrofia, fisicamente visíveis, acarretam não só na estrutura física do indivíduo, mas principalmente na diminuição ou perda da auto-estima, exclusão social e dificuldades no relacionamento familiar. Por conta disso, os pacientes sofrem com distúrbios psicológicos ou psiquiátricos que contribuem para o abandono ao tratamento.
Neste contexto foi criada Portaria 2.582, que autoriza a inclusão dos novos procedimentos, publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 3/12/2004. Assim, todas as intervenções cirurgias estéticas e reparadoras, de pequeno e médio porte devem ser custeadas pelo SUS. De acordo com esta portaria, a indicação dos procedimentos seguirá recomendações definidas pelo Programa Nacional de DST e Aids. O documento também estabelece prazo de 60 dias para elaborar protocolos de indicação das cirurgias e formulários de preenchimento obrigatório, que serão anexados ao prontuário médico dos pacientes. Os novos procedimentos são:
1- Lipoaspiração de giba (gordura acumulada na base do pescoço, que deixa os pacientes corcundas).
2- Lipoaspiração da parede abdominal.
3- Redução mamária.
4- Tratamento da ginecomastia.
5- Lipoenxertia (enxerto de gordura) de glúteo.
6- Reconstrução glútea.
7- Preenchimento facial com tecido gorduroso.
8- Preenchimento facial com polimetil.
Não estão incluídos tratamentos como o uso do Hormônio do Crescimento ou dos Hormônios Esteróides Anabolizantes, e Ácido Polilático. Medicamentos, considerados por médicos especialistas, indispensáveis para o tratamento da enfermidade.
No entanto esses medicamentos podem ser obtidos através de um procedimento judicial. Para isso são necessários alguns documentos: laudo médico de preferência da rede publica de saúde falando sobre a necessidade do uso dessa medicação; laudo do médico especializado no uso da medicação que vai manifestar a quantidade necessária para aplicação; teste de HIV, CD4 CD8 e Carga Viral.
O médico Bruno Molinari, especialista em Medicina Estética, é o médico que mais faz preenchimentos faciais e corporais em soropositivos no Brasil, sendo responsável pelo tratamento de cerca de 95% dos pacientes que obtiveram do governo autorização para o tratamento gratuito. Além deles, Bruno recebe constantemente grupos canadenses, ingleses e portugueses que buscam aqui as técnicas para tratar os efeitos colaterias do Coquetel anti-HIV.
Em suas clínicas de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, Bruno treina e capacita outros médicos para este fim. “É importantíssimo que outros médicos estejam habilitados a realizar estes tratamentos, assim como é importante para o país o que sistema judiciário se torne também referência na autorização do tratamento gratuito dos efeitos colaterais dos medicamentos anti-HIV”, conta Bruno.
Entre os dias 22 e 23 de setembro, Bruno enviou ao Canadá 3 trabalhos sobre o tratamento da Lipodistrofia, que foram apresentados nas Sessões Plenárias do XXIII GLMA CONFERENCE (23ª Conferência da Associação Médica de Gays e Lésbicas). Na ocasião, Bruno foi um dos agraciados com o Prêmio de Trabalho Científico apresentado e o Brasil recebeu o reconhecimento da comunidade médica internacional como país-modelo na luta contra os efeitos colaterais do uso do coquetel anti-HIV e, conseqüentemente, na luta contra o preconceito e a discriminação dos soropositivos.
Giovanna Masullo
tel: (11) 3399-5448
cel: (11) 9622-4199
